História

Os vestígios mais antigos conhecidos na freguesia datam dos séc.s X/XI, as sepulturas escavadas na rocha existentes na Quinta do Mosteiro. Estas sepulturas encontram-se na sua maioria soterradas, sendo uma delas sobreposta pela capela, vendo-se apenas a cabeceira. Este facto demonstra que antes da implantação do mosteiro houve ali povoamento humano.

Os Cónegos Regrantes do Santo Sepulcro instalaram-se na actual quinta do Mosteiro através de uma doação de terras que D. Teresa lhe fez, conforme foi referido nas Inquirições de 1258. Ou seja implantaram-se sobre o rio Dão, nos inícios do séc. XII.

Nestas Inquirições não surge qualquer referência às aldeias que compõem a actual freguesia. Apenas a referência a Vila Nova, que seria o local onde estava o mosteiro.

A paróquia deverá ter sido criada no séc. XV, à semelhança do que aconteceu na região, com o aumento da população e a reorganização do território,

Será a quando do Numeramento de 1527 que surgirão as referências a Lysey (Lisei), com 5 habitações, Tramquoselhe (Trancozelinhos), com 8 habitações, Tramcoselo (Trancozelos), com 14 habitações, e o Mosteyro, que juntamente com Valle (Vales) e Laigeas (Lages) tinha 29 habitações.

Grande parte da freguesia continuou ao longo dos séculos a pertencer ao Mosteiro, que entretanto tinha passado para a Ordem de S. João de Jerusalém (do Hospital) e depois Ordem de Malta.

Um tombo do séc. XVIII refere os vários bens da Ordem e que estavam agregados no ramo de Sezures da Comenda de Águas Santas. Os bens estendiam-se desde Trancozelos a Sezures, onde estava a Tulha e a casa do Tombo, a S. Romão, à Ribeira, a Peges, a Aldeia de Soito de Vide, à Quinta dos Passos, a Goje, a Castendo, aos Abegões, a Germil e Lamegal, às Antas, a Esmolfe, a Matela, a Roriz, a Lusinde e a outras localidades de concelhos vizinhos.

Memória Paroquial de 1732

É de 1732 a primeira descrição da freguesia, elaborada pelo pároco na sua memória paroquial. Refere o Pe. Ventura Fernandes, que a paróquia era um curato da apresentação do Abade de Castelo de Penalva, e tinha como orago São Salvador. Refere os três lugares principais, além de cinco quintas, cujo nome não refere:

Trancoselo e Trancoselinho em hum bosque nas abas da serra do Fojo para a parte do norte de cercados de castanheiros e não entra neles o sol no mes de Dezembro e Janeiro por estar a serra muito alta e logo por baixo dos ditos povos corre o rio Dam e o lugar de Lisei esta situado dalem o rio Dam da lhe o sol todo o dia (…)

Em Trancozelos existia uma ermida de N.ª Sr.ª da Graça e em Lisei duas capelas fora do povo, uma dedicada ao Espírito Santo e outra a S. Silvestre, que tinha uma Irmandade. Já só existe esta última.

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